“Deixando de lado crenças antigas e idealizações, a grande maioria das famílias sempre esteve envolta em emoções ambivalentes: amores e ódios.
Os vínculos familiares eram tratados como obrigatórios; mesmo existindo tensões, rivalidades e atos invejosos, parentes continuavam juntos.
Os irmãos brigavam durante a infância e, já adultos, muitos continuavam se atritando; mesmo assim eram íntimos e, por vezes, ficavam sócios.
Algo de muito sólido aproximava os membros de uma mesma família; não era raro que desenvolvessem uma espécie de orgulho por fazer parte dela.
Tenho a impressão que a família representava uma “rede de proteção”, uma fonte de segurança para seus membros; e isso se sobrepunha a tudo.
As tensões e rivalidades só cresciam com a chegada de novos membros, os cônjuges e filhos de cada irmão; mas a união do grupo prevalecia.
Apesar da estabilidade dos elos familiares do passado, não convém subestimar seus problemas: ali grassava a inveja, o ciúme e muita maldade.
“Uma mãe pode sentir inveja da própria filha?” Óbvio; e isso não deveria surpreender; nem a rivalidade entre irmãos ou entre pais e filhos.”